Grávida.
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Nem bem fechado o mês de outubro e Maria já sabia que estava esperando um rebento, o fruto desejado para compor realmente a nova família e mesmo que ainda as coisas não tivessem mudado em praticamente nada até por causa do escasso tempo decorrido desde o casamento, moravam no mesmo lugar, Maria sem trabalhar, Léo dando aulas em três turnos para honrar da melhor forma possível as suas despesas e as de Maria na casa da tia Carola, mas salário de professor sempre foi a mesma triste vergonha para o estado desde aquela época até os dias de hoje.
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Esmola.
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Era o que pensava o Professor Guerra, quando todo início de mês seu sogro mandava entregar através de seus peões mantimentos na casa de tia Carola, endereçados a Maria, como julgar isso, nem eu sei, poderia ser apenas desculpa para humilhar o meu pai, poderia ser o modo do “véio” Medeiros apenas dizer que estava presente sem ao menos voltar a ver a filha, remorsos… Quem poderia dizer com certeza que não. Mas ao fim e ao cabo, sempre ajudava para diminuir os gastos iniciais na vida daquele casal e com uma criança a caminho, tudo ajudava, mesmo que de forma não usual.
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Ester
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Gravidez normal, transcorrido o tempo de nove meses as dores do parto chegaram na hora determinada pela parteira que estava como combinado presente no dia, até certo ponto um parto rápido e fácil, sem complicações ou contratempos, uma criança saudável e linda como a mãe, Ester, uma filha amada, foi a primeira grande alegria do casal.
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Anjo
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Foram apenas seis meses de vida, e minha irmã faleceu, tristeza e desespero, não há necessidade de mencionar o que os meus pais passaram, só duas coisas quero dizer, primeiro que o meu avô culpou a Tia Carola de ter causado a morte da minha irmã, ele nunca pisou naquela casa para saber como ela era, puro despeito e mais um modo de ofender o meu pai, e o principal, Deus abençoe e guarde a alma da minha irmãzinha.